terça-feira, 16 de junho de 2009

Posêidon


O palácio dourado do deus marinho cintilava nas águas profundas e calmas de uma ilha. Posêidon vivia ali em companhia da rainha Anfitrite. Ás vezes saía do fundo arenoso; o mar então se abria para deixar seu carro passar. E ao lado dele se viam as ninfas e os monstros pulando de alegria.
Seus passeios nem sempre eram de bom agouro. O deus era muito irritadiço. Quando sua raiva chegava ao auge, ele surgia das águas brandindo seu tridente. Podia desencadear tempestades e promover a subida da água dos rios, que transbordavam. Também sabia fazer o chão tremer, provocando os terremotos. Por isso, os homens o temiam e tomavam a precaução de lhe oferecer esplêdidos sacrifícios antes de iniciar uma viagem no mar.

(Claude Pouzadoux, Contos e lendas da mitologia grega.)

Túnel



Já não dá pra ser criança
falta muito pra ser adulto.
A gente vai levando.

Na aula de catecismo, a professora tentava ensinar aos alunos lá do cafundô-do-Judas como se fazia o pelo-sinal. Ensinou a fazer a cruzinha na testa, na boca, no peito. Ensinou, ensinou, mas não teve muito êxito.
Um dia, resolveu testar se tinham aprendido. E um dos meninos disse:
- Óia, fessora, fazê as cruizinha nóis já sabe.Nóis não sabe ainda é ispaiá elas na cara.

(Ziraldo, As últimas anedotinhas do Bichinho da maçã, p. 44.)

Feira de livro


O que os poetas escrevem agrada ao espírito,
embeleza a cútis e prolonga a vida.

(Mário Quintana, Caderno H.)

domingo, 14 de junho de 2009

Uau!


Fiquei olhando, perguntando,
Sondando, assuntando,
ciscando você.
E quando dei por mim...
Já estava amando.

(Diário de uma paixão, cit.)

Você está falando grego?


É bem provável que os brasileiros tenham herdado essa expressão dos ingleses. Afinal, o grego não é tão distinto do português (já que influenciou muito o latim em sua formação). Vale citar que, entre os gregos, quando alguma coisa é incompreensível, eles dizem que a pessoa está "falando chinês".

Veja como outros povos dizem quando não entendem alguma coisa:
  • o espanhol: você está falando chinês.
  • o alemão: você está falando espanhol.
  • o russo: você está falando chinês.
  • o italiano: você está falando turco.
  • o francês: você está falando hebraico.

Para você estar passando adiante


Este artigo foi feito especialmente para você que não possa estar recordando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o gerundismo.
Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar enviando pela internet. O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisar estar escutando.
Sinta-se livre para estar fazendo tantas cópias quantas você vá estar achando necessárias, de modo a estar atingindo o mais número de pessoas infectadas por esta epidemia de transmissão oral.
Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja caindo a ficha das pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo.

(Jornal da Tarde, 16/02/2001.)

Sem saída


E agora, o que faço?
Fujo, tremo, desmaio?
Encaro o meu amor,
Ponto final, reticências ou traço,
Fico ou saio?
(Ulisses Tavares. Diário de uma paixão. São Paulo: Geração Editorial, 2003.)

O mito de Narciso


Narciso era um belo rapaz, filho do deus so rio Céfiso e da ninfa Liríope. Por acasião de seu nascimento, seus pais consultaram o oráculo Tirésias para saber qual seria o destino do menino. A resposta foi que ele teria uma longa vida, se nunca visse a própria face.
Muitas moças e ninfas apaixonaram-se por Narciso, quando ele chegou à idade adulta. Porém, o belo jovem não se interessava por nenhuma delas. A ninfa Eco, uma das mais apaixonadas, não se conformou com a indiferença de Narciso e afastou-se amargurada para um lugar deserto, onde definhou até que somente restaram dela os gemidos. As moças desprezadas pediram aos deuses para vingá-las.
Nêmesis apiedou-se delas e induziu Narciso, depois de uma caçada num dia muito quente, a debruçar-se numa fonte para beber água. Descuidando-se de tudo o mais, ele permaneceu imóvel na contemplação ininterrupta de sua face refletida e assim morreu. No próprio Hades ele tentava ver nas águas do Estige as feições pelas quais se apaixonara.

(Irene Machado. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994, p. 142-3. Resumo da autora a partir do Dicionário de mitologia grega e romana, de Mário da Gama Kury.)

O mito de Orfeu


Orfeu nasceu nas vizinhanças do Olimpo, freqüentado pelas musas. Ele era excelente poeta, cantor e músico, sendo considerado o inventor da cítata. Passava o dia cantando ao som de sua lira, a qual aumentou de sete para nove cordas.
Seu canto era tão melodioso que, ao ouvi-lo, os hoem mais brutais ficavam sensibilizados, as feras mais ferozes vinham repousar a seus pés mansamente, os pássaros pousavam nas árvores, os rios suspendiam seu curso e as árvores formavam coros de dança.
Devido a sua fraqueza física, Orfeu participou da expedição dos Argonautas apenas marcando a cadência dos remadores. Durante as tormentas ele abrandava as vagas e tranqüilizava a tripulação com seu canto. E, quando as sereias começavam a cantar, Orfeu entoava cantos mais agradáveis que o delas, livrando os remadores do fascínio.
Orfeu era apaixonado por Eurídice, filha de Apolo. No dia de seu casamento, Eurídice, sua noiva, caminhava pelas margens do rio, quando apareceu Aristeu, que tentou violentá-la. No desepero de se livrar do atacante, ela pisou numa serpente escondida na vegetação e morreu depois de ser picada.
Orfeu julgou que devia procurá-la mesmo entre os mortos.
Tomou sua lira e desceu ao inferno.

(Irene Machado. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994, p. 142-3. Resumo da autora a partir do Dicionário de mitologia grega e romana, de Mário da Gama Kury.)

Outras versões desse mito contam que:

No inferno, Orfeu encanta com sua música todos os seres sombrios e monstruosos que lá habitam. O herói sensibilizou também os reis do inferno, o deus Hades e sua esposa Perséfone, e consegue permissão para levar Eurídice de volta ao mundo da luz. Apenas uma condição é estabelecida por Hades e Perséfone: Orfeu só poderia olhar para sua amada depois de terem saído do inferno.
O casal dirigi-se ao mundo dos vivos, sendo Orfeu seguido a certa distância por Eurídice. Contudo, no momento em que já estão completando o percurso, Orfeu, para certificar-se de que a amada estava por perto, olha para trás e vê Eurídice perder-se para sempre nos abismos do inferno.

Yes! Nós também temos mitos!


A cultura brasileira formou-se a partir da aproximação e do cruzamento de várias culturas, cada uma com seus próprios mitos. Assim, aos mitos dos índios, que são os genuinamente brasileiros, foram se somando os mitos dos portugueses, dos africanos e, posteriormente, dos imigrantes europeus e japoneses, dando origem a uma rica e diversificada mitologia.

Os mitos brasileiros vêm sendo recolhidos por muitos pesquisadores. Entre eles, destaca-se o trabalho do professor e folclorista Luís da Câmara cascudo.

O mundo de Zeus


De acordo com a mitologia grega, os deuses govrenavam o universo de sua morada construída no Olimpo, onde Zeus, o deus dos deuses, era o soberano. Zeus, armado com sues raios, comandava o mundo e os homens e era respeitado por todos. Dois deuses importantes eram os seus irmãos: Poseidon, o deus do mar, que carregava seu tridente para bater nas águas, convulsionando as ondas, e Hades, o senhor da morte, que reinava num mundo subterrâneo.
( Irene Machado. Literátura e redação. São Pulo: Scipione, 1994. p. 134.)

Outros deuses da mitologia grega são:

  • Afrodite - deusa do amor e da beleza.
  • Hera - deusa dos casamentos e da maternidade.
  • Apolo - deus da luz e das obras de arte.
  • Artemis - deusa da caça.
  • Ares - deus da guerra.
  • Atena - deusa da sabedoria e da serenidade; protetora da cidade de Atenas.
  • Hermes - deus do comércio e das comunicações.
  • Hefestos - deus do fogo e do trabalho.

sábado, 13 de junho de 2009

Mitos: em busca de respostas

No início da civilização, os seres humanos precisaram construir saberes sobre o mundo, para entender o funcionamento das coisas e para viver melhor. Eles buscavam respostas para perguntas como estas: como nós seres humanos, passamos a existir? Porque depois da primavera vem o verão, e depois deste o outono, e o inverno? [...]
A muitas destas perguntas os gregos e os romanos (ancestrais da nossa civilização) não conseguiram responder pela razão (a ciência, tal como a conhecemos hoje, não existia). Inventaram, então, histórias explicativas e maravilhosas, habitadas por heróis, monstros, mortais e deuses.[...]
Elas ensinam que os deuses foram criados pelo Céu e pela Terra para comandar o Universo e todos os seres que nele habitavam. De início, o Universo era o Caos, que a ação divina transformou num sistema organizado.
Através dos mitos, gregos e romanos encontravam respostas para suas inquietações a respeito da origem das coisas e das relações socias. O conjunto dessas história recebeu o nome de mitologia.

Leonardo da Vinci: o precursor


Aquilo que hoje conhecemos como asa-delta foi inventado por Leonardo da Vinci (1452-1519), um dos mais importantes gênios da humanidade.
Da Vinci foi também o inventor das primeiras versões do hilicóptero, da bicicleta, do sistema de respiração para mergulho, do robô, de blindados e outras máquinas de guerra. Famoso principalmente como pintor, sua obra mais conhecida é a Monalisa.

De Ícaro a Armstrong


O homem chegou à Lua em 1969. Antes de pôr o pé no solo lunar, o astronauta norte-americano Neil Armstrong desse: "Um pequeno passo para o homem e um gigantesco salto para a humanidade".

Com essa frase, o astronauta resumia o significado daquela conquista.

Pisar a Lua era, sem dúvida, um salto importantíssimo na longa aventura humana de voar e conquistar o espaço - um sonho que sempre povoou o imaginário humano, conforme demonstra o mito grego de Ícaro.

Teseu: o defensor do povo


Teseu desde cedo consagrou-se como herói na luta contra bandidos e monstros. Sua prova mais difícil foi a luta contra o Minotauro.
Todos os anos, Minos, o rei de Creta, exigia que o povo lhe entregasse sete moças e sete rapazes para serem devorados pelo Minotauro, que vivia no labirinto. Desejando pôr fim a essa situação, o herói se oferece para ser uma das vítimas. Luta contra o monstro, mata-o e, com a ajuda de Ariadne, consegue sair do labirinto.

Quem era Dédalo na mitologia?


Dédalo, o pai de Ícaro, era filho de reis de Atenas e discípulo do deus Mercúrio (o mensageiro dos deuses do Olimpo). Depois de matar seu sobrinho por ciúme, Dédalo foge de Atenas e se refugia na corte de Minos, em Creta, onde constrói o labirinto em que é encerrado o Minotauro.

O herói e a conquista do impossível

A queda de Ícaro (séc. XVII), de Jacob Peter Gowi.
Quem um dia nunca quis ser herói ou heroína, lutar contra o mal e destacar-se por feitos de coragem e ousadia? Esse desejo humano não é recente.
Desde a época do bronze. há quase 3 mil anos, o ser humano já criava histórias fantasiosas de destemidos heróis, como Hércules, Aquiles, Perseu, Ícaro e outros.
Para eles, os limites existiam apenas para ser quebrados.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Click!




E lá está na televisão um repórter entrevistando um cidadão comum que salvou uma criança em uma enchente ou um atleta que numa jogada audaciosa consegui a vitória para seu time. Heróis? Sim, heróis. Pessoas que se distinguem por seu valor, bravura e ações corajosas.
Nosso mundo está povoado deles. Alguns vieram de outros mundos, de outras civilizações, de outras culturas e chegaram ( e ainda chegam ) até nós por meio de livros, de histórias em quadrinhos, e de filmes. Seus atos corajosos, sua luta contra o mal e a tenacidade com que perseguem seus ideais nos atraem como ímãs. Talvez porque, nesta nossa vida rotineira, sonhemos, quem sabe um dia, ser um deles.

Carlitos

Deixou quando morto mais ou menos isto:
um chapéu preto, roto
dois tocos de cigarro
e um resto de bengala.
Um certo ar de outro
um par de sapatos
a casaca, um lenço
e o sorriso triste
da alma de seu rosto.



(Carlos Rodrigues Brandão. Os nomes. Campinas: Mercado de letras, 1999. p. 28.)